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A Cia Treme Terra vem consolidando sua pesquisa artística em dança desde 2006, e tem ampliado sua área de atuação, se destacando como uma das poucas companhias brasileiras que adota o estilo e o pensamento de uma produção artística calcada no conceito de “Dança Negra Contemporânea”. Dirigida por João Nascimento e Firmino Pitanga, a Cia desenvolve um estudo técnico em práticas corporais associadas à Dança Moderna, à Capoeira e à Dança dos Orixás em constante diálogo com a música ao vivo que advém dos tambores tradicionais (rum, rumpi e lé) e instrumentos eletroacústicos. Desta forma, a Cia tem sido pioneira no conceito de “Dança Negra Contemporânea” como uma dança que se organiza de modo transcultural e transdisciplinar, configurando-se como uma “Cultura de Resistência”*, embrenhada por questões políticas atreladas ao histórico marcado pelo processo da diáspora africana no Brasil.

A dança dos Orixás está presente no ambiente tradicional do Candomblé (manifestação de matriz africana enraizada e remodelada para um contexto de Brasil), que muito vem contribuindo como fonte de inspiração, criação e a ampliação de temas e vocabulários de movimentos que compõem o panorama histórico da construção de identidade cultural brasileira. Diante da riqueza, diversidade e complexidade de movimentos oriundos das danças dos Orixás, associados também a linguagem da capoeira, a Cia Treme Terra durante 13 anos de existência vem aprofundando e ampliando o conhecimento no vocabulário dessas técnicas, propondo em seu repertório cênico, coreográfico e musical, a recriação e ressignificação de movimentações e sonoridades, produzindo um repertório de obras contemporâneas que discutem questões sócio-políticas relacionadas ao modo de vida no cotidiano brasileiro e seus paradoxos, podendo citar os principais espetáculos: Cultura de Resistência; Terreiro Urbano; Pele Negra, Máscaras Brancas; e o Anonimato - Orikís aos Mitos Pessoais Desaparecidos.

 

Fundada na periferia da zona oeste de São Paulo, a Cia também fomenta atividades sócio-culturais para a formação de jovens de baixa renda que se encontram em vulnerabilidade social.

 

A Cia Treme Terra possui um vasto histórico de apresentações em importantes teatros do Brasil, podendo-se citar: Theatro Municipal, Auditório do Ibirapuera, Sala Olido, Sala Paissandú, Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Polytheama, Itaú Cultural, Centro Cultural Vergueiro, Sala Paschoal Magno, Teatros da rede SESC, entre outros.

 

Fora do Brasil o grupo também circulou em cidades como Hagen, Jena, Hamburg, Ludwigslust e Dortmund na Alemanha, Plodviv na Bulgária e também realizou workshops na Universidade de Cobija, na Bolívia.

 

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Cena do espeteaculo Anonimato (2019)

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